Parte 2
Depois de um sono bem reparador, cortado por um sonho erótico que já não tinha há muito tempo, lá acordei com a luminosidade a entrar pelos cantos das cortinas do quarto. Durante a noite, como de costume o meu marido tinha-se aninhado a mim, numa conchinha perfeita e havia sentido por várias vezes algo duro que por vezes se tentava aconchegar no interior das minhas nádegas. O meu marido tinha ficado num estado lastimável.
Tinha acordado primeiro, para variar, e já não me dava para voltar a dormir. Enrolei-me às costas dele abraçando-o e ali fiquei consolada com o toque da pele a ouvir o sono dele. Tempo para pensar e não podia deixar de lembrar a noite anterior e a visão do outro casal a fazer amor, pela primeira vez e como todas as primeiras vezes não esquece. Era de facto muito excitante.
O J há algum tempo que atazanava com a possibilidade de nos envolvermos com outro casal, o que para mim era uma aberração e me fazia duvidar do amor dele, pelo menos do tipo de amor que ele tem por mim. As imagens da noite anterior assaltavam-me agora as convicções sobretudo porque o outro casal me parecia muito « solto”, muito liberal. Excitou-me, devo confessar e tentava ficar por aí nos meus pensamentos, mas não podia deixar de imaginar algo mais, os desejos do meu marido, os meus próprios desejos feitos de receios. Ver I a fazer um broche ao marido, a esconder o membro grande dele na sua boca tinha-me posto em brasa, sentia os músculos da minha vagina a latejar, um desejo interior difícil de conter.
Algo se tinha revirado na minha cabeça e agora lutava por me conter, por não ceder ao desejo, a rotulá-lo de impossível e errado para fugir daquele aperto interior. É o que aprendemos durante a vida, o certo e o errado que nos condiciona. As perguntas que causam medo – « e se isto prejudica a nossa relação?”, « como é que se aguenta ver o nosso parceiro a comer outra mulher?”, « como é que podemos ter prazer enquanto o marido nos está a ver?”, « como será que ele reage perante o meu prazer com outro? », « como é que ajo com outro homem que não conheço de lado nenhum?”. São perguntas demais que fazem recuar.
O certo é que o turbilhão de pensamentos acabou por despertar a minha lelezinha. Já me sentia molhada e estava completamente excitada, disponível, a fim de o acordar para fazermos amor, para ele me foder com energia. Ainda a abraçá-lo pelas costas fui fazendo descer a mão desde o peito até ao zequinha que estava quente e não totalmente murcho. O serão e noite feita de ereções sentidas nas minhas nádegas não o tinha deixado relaxar. Optei por lhe começar a fazer festinhas suaves, caricias vagarosas nas bolinhas, a fazê-lo crescer devagarinho, a sentir o calor cada vez mais intenso, a desejar que o J acordasse com muito prazer. O meu aumentava a cada segundo, aumentando a ansiedade, o meu tesão.
Subitamente tinha o caralho dele já totalmente em riste, teso, duro, quente. Sentia a cabeça grande totalmente lisinha nos meus dedos que suavemente a acariciavam com a ponta dos dedos. Estava obviamente acordado e a gozar a minha iniciativa. Apertei-o então dentro da minha mão fechada, até o sentir latejar com força sem deixar o sangue circular, sentindo a força do membro a inchar ainda mais e os primeiros movimentos do corpo dele a reagir.
Uma suave punheta quase ao mesmo ritmo das contrações da minha coninha, lenta e cheia de prazer até que subitamente um bater de porta nos sobressaltou. – deixa, diz ele, deve ser o serviço de quartos. Continuei não querendo interromper, mas poucos segundos depois nova insistência. – Chatos, disse eu incomodada com a interrupção do bem-bom. À terceira insistência empurrei-o para ir abrir e ver quem era e porque insistia tanto. Após reclamação o J lá se levantou, vestiu o roupão do hotel tendo a seguir que vestir cuecas que não tornassem tão evidente a ereção.
O J abriu a porta e ouço apenas uma voz de mulher, a empregada da limpeza com certeza, mas a conversa lá se prolongou mais do que seria normal. Estranho, pensei.
A porta fecha-se e o J volta com um sorriso nos lábios – era a I, diz ele. Surpresa! que queria ela a estas horas? Queria falar contigo para ver se alinhamos numa ida a uma praia fluvial que eles já conhecem. – Assim sem mais nem menos? perguntei eu.
– Sim, assim. Disse-lhe que viria falar contigo para ver o que querias fazer, mas avisou-me logo que não aceitava recusas. Que achas?
– Não sei. Não os conhecemos de lado nenhum…e depois de ontem é um pouco constrangedor.
– É, disse o J, mas foi simpática…qual é o problema irmos? Deram-nos meia hora para nos encontramos na receção. Vamos?
– Achas mesmo? Questionei eu relutante em aceitar. Não vamos estar à vontade, depois do que fizemos ontem à noite…
– Eles é que teriam que estar zangados, já que nós é que fomos os mirones, se nos estão a convidar é porque estamos perdoados, retorquiu o J enquanto se ria. Era óbvia a vontade dele em se juntar ao outro casal e já conseguia ver o que aquela cabecinha estava a planear. Porventura era isso que me impedia de dizer sim, sem mais rodeios. Antevia que estávamos a iniciar um caminho sem volta.
– Vou telefonar para o quarto deles a dizer que alinhamos, disse o J sem me dar muito tempo para decisões e pedir-lhes mais 15 minutos para nós.
Assim foi. A seguir ao telefonema, cheio de sorrisos e ansiedade mal disfarçada pelo meu marido, saltou-me em cima e acabámos o que eu havia começado. Pelo meio, enquanto me penetrava com estocadas cadenciadas e vigorosas que faziam o seu caralho bater no meu útero, foi-me sussurrando ao ouvido que a I tinha olhado várias vezes para a linha de cintura dele o que não o tinha deixado acalmar a ereção, que pressentia um dia diferente para nós, que esperava que eles estivessem na mesma onda, o que obviamente serviu para me excitar ainda mais. Foi quase uma rapidinha, tal era a ansiedade que tínhamos por nos juntarmos a eles.
Seguiram-se as duvidas femininas do costume sobre o bikini que devia usar, se um mais fechadinho se outro mais cavado, mas revelador. Sabia o que o J queria. Para ele quanto mais ousado melhor para despertar os olhares masculinos. Andava nessa onda e eu gostava de o provocar aumentando as transparências, ou a área de pele a mostrar.
Encontrámo-nos na receção. I estava com uns calções curtos, bem subidos até a relativamente justos nas pernas que as fazia realçar, eu um top cai-cai sem ser exagerado mas mostrando o colo do peito, que aparentemente nada teria por baixo. O P estava como o J de t-shirt e calções caqui. Eu havia escolhido uns calções brancos, e uma blusa transparente por cima do bikini.
Beijinhos, sorrisos, palavras de circunstância a agradecer o convite e ainda houve tempo para bebermos um café. De onde são, o que fazem, o bom que é de vez em quando se pode desanuviar e relaxar, onde vamos, tudo num clima de natural avaliação. Devo admitir que me sentia um pouco envergonhada cada vez que olhava para eles tendo em conta o flagra da noite passada. Eles foram gentis e de alguma forma tentaram pôr-nos o mais confortáveis possível, apesar de sentir que o P olhava muito mais para mim do que para o J, percorrendo-me com o olhar um bom par de vezes. O J não parava de falar e de ser rir, sentindo eu que também ele estava a tentar encurtar o período de à vontade com os novos amigos.
Acabámos por ir com eles, porque tinham um carro mais apropriado a um pouco de terra batida que pela sua descrição teríamos que fazer antes de chegar à praia fluvial. Na verdade, acabou por ser um troço relativamente longo e poeirento até à praia. Chegámos e de facto o local era magnífico, com um pequeno pedaço de areão, ermo, e com uma superfície de água brilhante e muito convidativa. Não parecia que fossemos ter vizinhos.
– Bem-vindos ao nosso cantinho secreto, disse a I, já fomos muito felizes aqui, virando-se para o P que retribuiu o sorriso cúmplice para ela.
Não sabíamos muito bem do que se tratava, mas dava para adivinhar que seria algo muito maroto, claro.
Enquanto os homens se despiram e foram a correr para água como os miúdos, eu e a I ficámos a pôr ordem na tralha que havíamos levado. A I começou a despir-se e eu segui o exemplo, concentrando-me na converseta que os homens mantinham dentro de água. Quando me virei a I estava topless e parecia que iria ficar assim…tinha umas mamas não muito grandes, já sem marca de bikini e uns biquinhos espetados. – Não te importas?, perguntou ela. Que não, sem problema, mas devo ter engasgado um pouco e ela notou de certeza que havia corado.
Ponderei se havia de fazer o mesmo, mas tive vergonha. Não sabia se o devia fazer. Ela foi então direto à água e eu senti um impulso de a seguir, rapidamente, nem sei bem porquê… talvez inconscientemente para controlar o safado do meu marido.
Tinha razão. Ao chegarmos à beira mar o J não tirava os olhos dela e o meu ciúme e sede instantânea de vingança foi imediata, mas ele já estava com os olhos em mim com semblante intrigado como quem diz « – e tu?”. Fiquei ali sem saber muito bem se estava a interpretar bem a intenção dele, mas eis que o P exclama a rir « – as damas estão um pouco desequilibradas, não estão?”.
Todos ficaram a olhar para mim com os olhos no meu peito e o J voltou a fazer um ligeiro aceno com a cabeça como que perguntando « – então…?”. « – Já tiro! Sem pressões! Não se preocupem” -, tentando ganhar tempo para não me expor de forma tão súbita”.
– Não tens que ter vergonha amor, diz o J sorrindo e pondo-me entre a espada e parede. O certo é que depois da surpresa me estava sentir quente com a vontade de todos em expor a minhas branquinhas. Acabei por ceder e tirar o soutien, deixando-as pender à luz do sol. Senti um silêncio de todos, deixando-me mais embaraçada, e acabei por ir para a água, talvez para me tentar cobrir.
O P não tirava os olhos de mim, o J não os tirava da I, que mais extrovertida ia metendo conversa provocando um jogo de sedução e a manhã foi passando. Sentia-se no ar onde ia acabar…
Depois do almoço, durante o qual havia vestido a t-shirt do meu marido tal a obsessão do P pelas minhas mamas, sempre com um sorriso maroto nos lábios do J, lá fomos descansar um pouco nas toalhas à sombra das árvores frondosas que envolviam a praia e acabei por dormir uma soneca. Soube bem.
Acordei em conchinha com o J e com as mãos dele nas minhas mamas, debaixo da T-shirt e a sentir o seu caralho nas minhas nádegas a roçar-se. Instintivamente, olhei para a toalha do lado, a menos de 5 metros, e os nossos novos amigos estavam tb em conchinha, virados de lado para nós, mas a I tinha o bikini pelo meio das pernas e o P fazia os movimentos de vai-vem. Estavam a foder mesmo à nossa frente!
Paralisei a olhar, a olhá-los, sem saber muito bem o que pensar ou o que fazer. A I olhava para mim, e tinha no semblante um prazer cinematográfico, a mostrar, a exibir o prazer de estar a ser penetrada pelo P enquanto eu e o meu marido contemplávamos a cena. Ele espreitava por cima do ombro dela com um ar desafiante, enquanto soltava uns gemidos de prazer, entre estocadas mais fortes que faziam os olhos da I revirar-se em êxtase. Estavam a exibir-se e a provocar-nos e o tesão que começava a sentir, espicaçado pelo calor do membro do J já a insinuar-se nas minhas nádegas estava difícil de conter. O J baixou-me então o bikini e eu retribuí com um jeitinho à minha anca que o meu homem encontrasse mais facilmente o caminho e sem resistência entrou na minha coninha, quente, grosso, duro, tb ele a latejar.
Nós as duas olhávamo-nos enquanto erámos penetradas pelos homens e o prazer era indiscritível. O J já havia movimentado a sua mão para a minha lelezinha e esfregava-me o grelinho todo alagado de tanta excitação envolvida. O P fez o mesmo e a I torceu um pouco o tronco para lhe facilitar a esfrega no grelinho expondo ainda mais a penetração sexual. Comecei a mexer freneticamente a minha anca contra o J buscando mais penetração, mais fricção na minha coninha e ele correspondeu deixando-me mais livre para me mexer. Estava quase a vir-me, sem dúvida.
À minha frente, aqueles dois tinham agora mudado de posição e ela estava agora de barriga para baixo enquanto ele totalmente por cima dela subia e baixava com batidas fortes nas nádegas dela podendo contemplar o caralho dele nos movimentos de entrada e saída. Excitação monstra.
O J empurrou-me então para provocar a mesma rotação para podermos ficar na mesma posição deles, mas não deixei e com a minha mão sobre a dele que esfregava a minha coninha deixei claro que teria que me vir naquela posição – estava bom de mais e assim continuaria a ver o P a foder a I sem dificuldade. Não tardou nada e vim-me desalmadamente, entre gemidos e urros, gritando todo aquele prazer para fora de mim, enquanto todos eles pararam a olhar para mim, com o meu corpo todo hirto, a arfar, gozando como se fosse o primeiro orgasmo de sempre.
Quando voltei a mim, todos riam com palavras de espanto por tal orgasmo. Se não estivesse já em fogo e me sentisse a ferver teria sido visível que corei a sério. Rodei então de barriga para baixo, deixando que tb o J adotasse a mesma posição do P e me comesse por trás. Os dois começaram então a imitar-se entre si com as suas fêmeas totalmente passivas, submissas a receber os seus machos plenos de tesão. Já não olhava tanto para a I e ela tb não. Ambas estávamos atentas agora a comtemplar os caralhos deles a penetrarem furiosamente, quase em competição, os nossos corpinhos, a fustigar os nossos traseiros, as nossas nádegas até que primeiro o P e logo depois J se vieram entre gritos, gemidos e palavras de tesão que mal se percebiam.
Ali ficámos, a rir, a sorrir, sem saber o que dizer para lá de palavras vagas de exaltação do que tínhamos feito lado a lado.
O P saiu primeiro de cima da I, logo acompanhado pelo J e correram mais uma vez para a água, agora nús, com os badalos a abanar, o do P aparentando ser um pouco maior. Parecia quase uma cena gay. Nós as duas ficámos mais um pouco a descansar e a interiorizar o que havíamos feito, até que acabei por perguntar – foi planeado por vocês, não foi?
A I confirmou mas dizendo que a culpa tinha sido nossa ao espreitá-los na noite anterior. Tinham os dois falado até às 4 da manhã a congeminar uma forma de nos atrair para uma situação como a de hoje e felizmente resultou – Vamos à água? perguntou a I. E fomos, as duas juntas, enquanto ela me questionou – Arrependida? Em boa verdade não sabia o que havia de responder. Não queria parecer fácil e não queria naquele momento parecer que se iria repetir mais vezes, mas não podia mentir e de facto tinha sido um prazer indiscritível. Há meses que eu o J falávamos desta possibilidade sempre negada por mim e era um cenário que me passava pela cabeça várias vezes, mas sempre tive receio que este tipo de ousadias pudesse resultar em algo inesperado e desagradável para a nossa relação. As mulheres da minha geração foram educadas em que a sexualidade deve ser mantida na intimidade do casal e que tudo para além disso era errado. Os estímulos que vemos no dia a dia acabam por desmentir esse dogma, mas um passo fora do « normal”, do nosso normal, acaba por ser difícil de tomar, apesar de o J desde há muitos meses me tentar persuadir a tornar-me numa « maluca”, o que para mim significa perversão. Por outro lado, na minha cabeça, não dava para entender como é que o meu marido me pode amar e querer que a nossa intimidade seja partilhada com outros, especialmente porque eu sabia que esse fetiche dele ia até ao ponto de ver outro homem entrar em mim. Ele entendia-o como um jogo eu como algo ilegítimo e errado.
Decidi responder à I sem grande entusiasmo, sem mostrar o sentimento de realização que sentia interiormente. Não a devo ter convencido, pela reação dela. Ao chegar à água, cada homem tratou de abraçar a sua mulher, como que reclamando a propriedade partilhada visualmente por momentos.
Foi bom sentir o abraço do J quente e de intimidade, como que dizendo « está tudo bem…”.
O dia acabou por se passar, com a conversa bem mais relaxada entre nós, e agora com olhares de cobiça dos homens para a mulher alheia bem menos disfarçados. A sedução estava em alta e era evidente e dentro de mim o certo e o errado combatia ferozmente, mas sem coragem para fazer algo que perturbasse aquele clima libertino e juvenil de corpos nus, em exibição que podem livremente ser admirados. As parecenças físicas eram grandes e assim ninguém se sentia diminuído ou fragilizado, estou certa. O P não parava de olhar para as minhas mamas e eu procurava não expor demasiado a minha lelezinha, ultimo refúgio da intimidade feminina, porque sentia o olhar dele a procurá-la sempre que fazia qualquer movimento corporal.
O jogo de sedução continuou e lá acabou o dia, entre conversas sobre generalidades, sobre as nossas vidas – sempre entremeadas com elogios à forma física dos membros dos casais, quando vinha a propósito.
Acabou o dia e regressámos, agora mais silenciosos na viagem, talvez fruto do cansaço do dia pleno de emoções. Já no hotel, combinámos um gin de fim de tarde no bar depois de descansar um pouco nos quartos.
Assim que entrámos o J estava visivelmente preocupado comigo, com a forma como havia sentido a situação – e tu?! Como te sentiste?, disparei eu!
– Sabes que que era um desejo meu, já te tinha dito… e adorei a primeira experiência, mas tu é que estavas insegura relativamente a isto. Está tudo bem?
Ponderei se havia de responder da mesma forma que respondi à I, mas acabei por ser totalmente honesta: – Gostei, foi muito excitante, levaste a tua avante… como sempre!
Falámos sobre o assunto, dos nossos sentimentos, do fetiche realizado, do tesão que deu, de quão bom foi ver outro casal e ser visto ao mesmo tempo e o certo é que o J já não disfarçava a ereção de estarmos a falar do assunto.
– Mas é para ficar por aqui, ouviste?! Disse-lhe eu a caminho do duche.
– Claro, respondeu ele sem convicção, apenas para me calar.
Vestimo-nos para ir para o bar e optei por uma blusa vermelha, cavada sem ser decotada e umas calças leves brancas com alguma transparência. O meu marido comtemplou-me e piscou-me o olho, enquanto me olhava para o peito. – Não queres ir sem soutien? Perguntou ele a rir, já à espera de um não, enquanto ouvia de mim -Brincalhão! Queres exibir a tua mulher? Olha que os outros podem gostar!
Ele saiu a sorrir porta fora e eu não resisti e acabei por tirar o soutien, certificando-me que não se notaria demasiado. Veríamos o efeito. Já. Que estávamos nessa onda.
Descemos, o J percebeu que nada tinha para além da blusa e sorriu, sem comentar.
Mandámos vir um Gin e esperámos por eles que acabaram por chegar pouco depois. Sentaram-se pediram o mesmo e depois de algumas trocas de palavras sobre temas banais, a I puxa o assunto de forma bastante direta – e então, gostaram da praia? Num tom jocoso e divertido. – Pode não parecer mas foi a nossa primeira, disse ela.
– A nossa tb, e foi bem excitante, não é S?, perguntou ele sabendo perfeitamente que até entre nós tenho recato em falar disso, quanto mais em frente dos nossos novos amigos.
Não respondi e simplesmente acenei com a cabeça. O P continuava no seu jogo de olhares que me deixava algo insegura e acabei por me arrepender de não usar soutien.
A conversa continuou e ficámos a saber que eles tinham eleito este fim de semana para fazerem algo diferente e abrirem-se a novas aventuras e quando nos viram a espreitar na janela, tentaram a sorte – e conseguiram. Não entrámos muito mais no assunto, mas o convite para jantarmos já estava a caminho e aceitámos. Combinámos para um restaurante com bom aspeto, acolhedor escolhido ali mesmo através da net e com conselho do empregado do bar.
Subimos, e foi o tempo de nos aprontarmos. Tinha levado o meu vestido ainda não estreado, azul, elegante, que fazia realçar as minhas curvas, a minha feminilidade. O sapato alto tornava o conjunto ainda mais esguio. Sentia-me bem ao espelho. O meu marido olhava-me estendido na cama, a babar e com aquele sorrisinho de orgulho embrulhado em malandrice. Sabia perfeitamente como ele gosta de me ver atrevida, apesar de não estar habituada. Desta vez escolhi um soutien push-up que me elevava as mamas e dava mais volume ao vestido. Elegante.
Descemos e apesar de não estar combinado lá encontrámos os nossos amigos.
O jantar foi agradável, divertido até, daqueles que se passa de assunto para assunto de forma fácil e sem se saber muito bem porquê. O vinho verde tb ajudava a desinibir. O P tomava muita atenção e apoiava tudo o que eu dizia. Era óbvia a intenção de agradar a todo o custo. Já o meu marido não dava grande troco à I, sem ser desagradável, mas parecia mais interessado na minha interacção com o P.
Por fim a conversa acabou por deslizar para o assunto da tarde por iniciativa da I a propósito de aproveitar a vida e o ambiente ficou mais interessante. Desce de nível, sobe de interesse.
Ficámos a saber que já não era a primeira vez que faziam sexo ao lado de outro casal pela voz da I que assumia o prazer que lhes dava partilhar a sua intimidade com outro casal. Sabendo que tinha sido a nossa primeira vez, lembraram-nos da sua primeira vez e da luta que foi tomar decisão depois de muitos avanços e recuos, da pressão para contrariar a educação, os tabus sociais, o medo de afetar a relação, entre outros sentimentos de receio, que no fundo devia ser o receio de todos os que se iniciam nestas aventuras.
Mas a I parecia muito confortável e segura de si a falar do assunto.
Mas as revelações não se ficaram por ali. Ficámos então a saber que já tinham feito swing com um casal durante cerca de 2 anos, mas que tinham interrompido. O J questionou então qual o impacto que tal tinha tido na relação, e o que ambos sentiam quando partilhavam o outro. O P falou de uma relação mais forte que nunca, mais confiante, mais intima e sem os receios de traição, já que ambos estavam juntos na realização dos desejos de cada um dos cônjuges, sendo a relação mais descontraída e divertida.
– Divertida? Perguntei eu.
– Sim, passou a explicar a I. Um casal normal aborda o que vê no dia de outros homens e mulheres com algum receio, com meias palavras, com receio que uma apreciação do que vê magoe o outro. Nós, como já derrubámos essa barreira, quando vemos alguém de que gostamos brincamos abertamente com o outro, rindo-nos deste ou daquele pormenor físico, provocando-nos sem receios quanto ao que outro fantasiaria. Torna-se divertido.
E a conversa lá continuou jantar fora, sempre à volta do mesmo assunto em que basicamente eles foram contando a sua experiência como casal. Às tantas, inesperadamente, o J começou a falar das nossas fantasias e conversas e de como a tarde vivida com eles tinha cumprido uma das nossas fantasias eróticas. Corei de imediato.
O P aproveitou então a auto-estrada para sugerir que talvez estivesse na altura de irmos mais além, com um propósito óbvio, ao que o J respondeu, enquanto levava o copo à boca e olhava de soslaio para mim – quem sabe…?!, o que provocou uma gargalhada deles e um baixar de olhos da minha parte. O clima aquecia.
– Vou à casa de banho, está difícil! – anuncio eu aflitinha. A I aproveita e levanta-se de imediato fazendo tensões de me seguir. Os homens continuam na converseta, agora sobre futebol…para variar.
Chegadas à casa de banho a I pergunta: – estás bem? Não estamos a ser desagradáveis a contar as nossas aventuras? Como partilhámos aquele momento à tarde convosco, não me pareceu ser demais falarmos do assunto.
Foi simpático da parte dela.
– Não… disse eu de forma meio atabalhoada enquanto sorria, sem saber bem o que dizer.
– Como é a primeira vez que estamos com um casal a falar destes assuntos e não temos o mesmo à vontade que vós, às vezes não se sabe muito bem o que dizer, continuei eu.
– Compreendo, mas o teu marido parece bem mais desinibido e com vontade de saber tudo, ou é impressão minha?, respondeu ela.
Ri-me mais abertamente e concordei, confessando: – se dependesse dele já estávamos todos num quarto de hotel, arrependendo-me de imediato do que havia acabado de dizer.
– e se dependesse de ti? Perguntou ela, olhando-me fixamente, aproveitando de imediato a porta que eu tinha aberto.
Hesitei, corei, tentei fugir concentrando-me ma lavagem de mãos, mas ela esperou uma resposta. Cortava já ali as intenções? Deixava no ar a possibilidade? Confessava que queria algo mais. A última não era para já hipótese e decidi resguardar-me: – hoje à tarde já foi um grande passo, se calhar é melhor ficarmos por aqui nesta fase.
Ela riu-se, acabou de secar as mãos e regressámos à mesa. O J falava pelos cotovelos sobre qualquer coisa que já nem me lembro enquanto os meus pensamentos estavam em turbulência. O P fingia estar atento ao J, mas lá ia olhando para a I à procura de um sinal dela, que não revelou nada concentrando-se em ouvir o J.
O jantar acabou pouco depois e decidimos abandonar uma ideia inicial de ainda ir até um bar. Já estávamos bem bebidos, a conversa estava animada e solta e resolvemos voltar ao hotel. O P desdobrava-se em atenções para comigo, com o olhar a descer para o meu peito sorrateiramente de vez em quando, e a I concentrava-se na conversa com o J que estava mais animado que nunca e assim seguimos devagar com pares trocados até ao carro.
Chegámos ao hotel, e depois de mais uma converseta sem grande relevância, subimos. No elevador, o P tornou-se mais evidente totalmente focado nas minhas mamas, podia vê-lo pelo canto do olho. O J sorria totalmente deleitado com a cobiça do outro.
Mais umas frases de galanteio a mim, de agradecimentos pelo magnífico dia (que tinha de facto sido), e cada casal para seu quarto.
– Muito obrigado por me teres deixado desamparada com o P durante parte do jantar, critiquei eu o J assim que chegámos ao quarto.
– Não deixei! Não reparaste que eles devem ter combinado entre os dois seduzir-nos em separado. A I sempre em cima de mim e o P a tentar contigo. E olha lá…que falaste com a I na casa de banho? perguntou o J, virando o assunto.
– Ela queria saber se estava disposta a algo mais. Foi isso.
– Sério?!!! e tu que respondeste? Questiona o J com exaltação e ansiedade.
– Disse-lhe que hoje já tínhamos dado um grande passo e que era melhor ficar por aqui e ela riu-se e não disse mais nada.
– …sério? ok., respondeu o J sem conseguir disfarçar a desilusão. – Que achaste do jantar? tentando disfarçar a importância que a pergunta tinha para ele.
– Estão a tentar pressionar para algo mais, não é claro?
Subitamente, eis que batem à porta. Olhamos um para o outro, pressentindo de imediato quem estaria do outro lado. O J vai abrir e com relativa surpresa estão os nossos amigos com duas garrafas de espumante na mão.
– A noite ainda não acabou, diz a I prestando-se a entrar no quarto, logo seguida pelo P, já em trajes mais confortáveis e … leves. A I vinha com uns calções muito curtos tipo pijama e com uma blusinha semi-transparente que mostravam claramente os bicos espetados das mamas…
Ficámos sem palavras e sem reação – entrem, entrem! Disse o J assarapantado.
– Trouxemos duas garrafitas do nosso frigobar, se não chegar tiramos do vosso! Enquanto se ria a cada palavra que dizia.
– E um baralho de cartas se faltar o assunto de conversa, juntou o P.
Seguimos para a varanda, onde havia mais espaço, voltando eu logo a seguir para mudar de roupa. Não sabia bem o que vestir, olhando para a I, mas o meu orgulho de mulher não queria ficar atrás da I e além disso já nos tínhamos visto uns aos outros nus. Nada mais havia a esconder.
Vesti um vestidinho leve, curto, com alças fininhas que pende sob as minhas curvas e que não uso quando tenho visitas em casa. Por baixo…nada. Sabia que ia provocar impacto, mas estava segura que o J me pediria para o usar nessas circunstâncias. Uma última olhadela ao espelho e toda eu aqueci por dentro…as minhas mamas pareciam querer saltar de dentro do vestido, sem soutien, notando-se a sua curva e agora os bicos sobressaiam com a excitação. Talvez se acalmassem até chegar à varanda. O pensamento que me tranquilizava era o facto de tudo já ter sido visto por todos os presentes.
Quando cheguei à varanda, já os copos estavam cheios e a I, refastelada numa cadeira de plástico, mostrava praticamente todas as pernas até ás cuecas, se as tinha, enquanto o P e o J na frente dela riam de qualquer coisa que ela contava. Fui-me sentar ao pé dela e fizemos um brinde á proposta do P – a amizade -, a que o J juntou » – e aos bons momentos!”, com um sorriso maroto cheio de provocação.
A conversa fluiu, animada, as garrafas foram esvaziando, os olhos dos homens pareciam ter vontade própria sobre as mulheres à sua frente e o P parecia vidrado em mim, ora fixando-se nas minhas mamas evidentes por baixo do vestido, ora nas minhas pernas as quais eu já não tentava tapar com o vestido, tomando cautelas para que o mesmo não mostrasse demasiado. Estava excitada e havia um clima de erotismo e provocação acentuado pela troca de olhares, pelas pequenas provocações verbais cheias de insinuações mas com bom gosto.
O J ia-me fazendo caretas metendo-se na troca de jeitos e olhares entre mim e o P, olhando ao mesmo tempo para as minhas pernas como se quisesse que eu me expusesse mais. De repente, vi-o fixar-se na I com um olhar baixo e com uma cara que me era familiar quando eu o provocava. Olhei de soslaio e era óbvio que a I tinha aberto as pernas de forma a ser vista…o meu marido quase paralisou, encolhendo-se de imediato indicando uma reação física ao que estava a ver. Já não foi a tempo de disfarçar e o P começou a rir-se à gargalhada, para logo a seguir propor um jogo de cartas. Ao levantar-se notou-se claramente que uma ereção o atormentava. A I olhou para mim com ar de safada sorrindo e encolhendo os ombros.
A bisca estava uma seca após um pouco a atirar cartas para a mesa. Já havia bocejos à volta da mesa até que a I propõe um jogo mais divertido – vamos jogar ao burro em pé! A resposta foi pouco entusiasta, mas a I já tinha um trunfo na manga: – só que…quem deitar abaixo o baralho … tira uma peça de roupa!
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